Adicto? O que realmente significa isso?
08/05/2025

No Brasil, essa nomenclatura é usada apenas na Irmandade de Narcóticos Anônimos, e não representa um diagnóstico clínico. Em nosso país a classificação correta é “dependência química”.
A definição da palavra adicta está intimamente relacionada ao conceito de escravidão. Na sua tradução, essa palavra de origem latina significa “escravo de”.
No entanto, vamos um pouco mais a fundo: indivíduos que têm suas vidas e pensamentos controlados pelo uso de álcool e outras substâncias, vivendo para usar e usando para viver, são aqueles que acreditam precisar de pessoas, lugares e objetos para alcançarem a felicidade. Devido ao caráter progressivo e incurável dessa condição, o resultado normalmente é trágico, levando a prisões, instituições e até a morte, sendo que a condição é passível de tratamento.
A característica predominante desse estado se revela no uso de qualquer substância que altere o ânimo ou o humor provocando problemas em diferentes áreas da vida.
A adição é uma enfermidade traiçoeira que impacta todos os aspectos da vida do indivíduo, mesmo aqueles que inicialmente não parecem estar relacionados ao consumo de álcool e outras drogas. É uma doença de comportamento que envolve dificuldades físicas, mentais e espirituais que, antes do uso propriamente dito, manifestam-se em comportamentos antissociais, fobias sociais, desvio de caráter e dificuldades de socialização de maneira geral.
Muitos acreditam que a adição estava presente muito antes do início do consumo, considerando que o uso é um dos estágios finais dessa doença. Afirmações como: “Estou enfrentando uma fase complicada” ou “Sou diferente; sei que uso drogas em excesso ou bebo demais, mas não sou um adicto. Tenho apenas problemas emocionais, familiares ou profissionais” ou ainda “Eu conseguirei parar assim que encontrar a pessoa ideal, o trabalho perfeito, etc.”, evidenciam um dos sintomas mais comuns e perigosos: a autoilusão.
É preciso reconhecer que todas essas declarações são apenas justificativas plausíveis, mas incorretas. Existe uma diferença significativa entre estar doente e ser doente. É essencial aceitar que se é um adicto e que há sérios problemas com álcool e outras substâncias para se avançar em direção à recuperação.
Mesmo se enganando, é evidente que o álcool e outras drogas já não produzem o efeito desejado.
A adição consome completamente a autoconfiança, as relações familiares, os entes queridos e, até mesmo, o desejo de viver. Muitas pessoas não se identificam como adictas ou alcoólicas, frequentemente devido à falta de informações corretas.
À medida que a doença avança, o que se nota é que a pessoa pensa cada vez menos em parar de usar e, apenas em momentos de desespero, se questiona: “É por causa do álcool ou de outras drogas?”
Os adictos estão constantemente em busca de uma “solução mágica”, um lugar ou uma pessoa que resolva todos os seus problemas, sem perceber que a raiz do maior problema está dentro de si mesmos.
Tal como outras enfermidades sem cura, a dependência pode ser controlada e a reabilitação é possivel. Reconhecemos que não há nada de vergonhoso em ser dependente, desde que se reconheça essa situação de forma honesta e se comece a agir para o bem. É necessário estar pronto para aceitar, sem hesitação, que você tem alergia ao álcool e a diversas substâncias. O senso comum indica que seria insensato retornar à causa da alergia.
FALE AGORA COM UM ESPECIALISTA
Altair F. Pesse - Especialista em Tratamentos e Aconselhamento em Dependencia Química.
Últimas postagens

